sexta-feira, 19 de março de 2010

Primeiro

Escrevi isso quando estava no colegial... não me lembro em que ano exatamente. Aqueles foram dias tristes, sombrios. Foi realmente quase que um milagre eu ter superado aquilo tudo. Ultimamente tenho tido uma certa sensação de deja vu. Mas minhas motivações para não ter motivação são inteiramente outras daquela época. Olhando pra tras me sinto velha, porque tinha atitudes incrivelmente infantis. Eu poderia ter causado muito mais impacto se tivesse agido levemente diferente. Agora isso não importa mais. Agora eu já me encontrei. Falta só mais uma coisa pra encontrar e se eu estou assim agora é justamente porque eu achei que já tinha encontrado e por isso essa sensação de perda. Enfim... esse foi o primeiro arremedo de poema que eu ousei escrever. As rimas tão meio bizarras, mas eu cheguei à conclusão de que enquanto ficar me preocupando tanto com o que eu escrevo, nunca vou conseguir escrever algo realmente de qualidade. O meu propósito inicial pra esse blog era escrever o que me desse na telha, sem me preocupar com opiniões alheias, mas vejo agora que ainda estou bem longe de atingir essa meta. Esse é o primeiro passo.

O caminho se torna árduo
Assim que se rompe o dia
E nem mesmo tal céu azulado
Pode trazer de volta a alegria

Nos sonhos sou qualquer um
E assim me realizo
Mas de que adianta tal regozijo
Se não poderei nunca deixar de ser um?

A claridade traz à tona toda frustração
Que os sonhos revelam durante o sono
E acho melhor fechar meu coração
Porque estes versos estão se tornando insanos

De qualquer maneira aqui me despeço
Deixando de mim apenas um resto
Do que fui e não voltarei a ser
A menos que novamente torne a viver

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