sexta-feira, 19 de março de 2010

Primeiro

Escrevi isso quando estava no colegial... não me lembro em que ano exatamente. Aqueles foram dias tristes, sombrios. Foi realmente quase que um milagre eu ter superado aquilo tudo. Ultimamente tenho tido uma certa sensação de deja vu. Mas minhas motivações para não ter motivação são inteiramente outras daquela época. Olhando pra tras me sinto velha, porque tinha atitudes incrivelmente infantis. Eu poderia ter causado muito mais impacto se tivesse agido levemente diferente. Agora isso não importa mais. Agora eu já me encontrei. Falta só mais uma coisa pra encontrar e se eu estou assim agora é justamente porque eu achei que já tinha encontrado e por isso essa sensação de perda. Enfim... esse foi o primeiro arremedo de poema que eu ousei escrever. As rimas tão meio bizarras, mas eu cheguei à conclusão de que enquanto ficar me preocupando tanto com o que eu escrevo, nunca vou conseguir escrever algo realmente de qualidade. O meu propósito inicial pra esse blog era escrever o que me desse na telha, sem me preocupar com opiniões alheias, mas vejo agora que ainda estou bem longe de atingir essa meta. Esse é o primeiro passo.

O caminho se torna árduo
Assim que se rompe o dia
E nem mesmo tal céu azulado
Pode trazer de volta a alegria

Nos sonhos sou qualquer um
E assim me realizo
Mas de que adianta tal regozijo
Se não poderei nunca deixar de ser um?

A claridade traz à tona toda frustração
Que os sonhos revelam durante o sono
E acho melhor fechar meu coração
Porque estes versos estão se tornando insanos

De qualquer maneira aqui me despeço
Deixando de mim apenas um resto
Do que fui e não voltarei a ser
A menos que novamente torne a viver

quarta-feira, 10 de março de 2010

Escritas e leituras

Ultimamente nas aulas de literatura tenho me deparada com uma certa inquietação, um pensamento a respeito da literatura brasileira: depois de grandes escritores como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, o que foi produzido de qualidade no Brasil?
É claro que eu não sou ninguém pra julgar a qualidade literária dos outros. Sequer tenho conhecimento bastante pra isso, mas o que ouvimos falar nas aulas sempre param por aí. Nos meios acadêmicos pelo menos, não me lembro de ter sido mencionado algum grande autor contemporâneo. O campeão de vendas no Brasil, Paulo Coelho, tem a mesma aceitação que o anti-cristo nos auto-proclamados meios intelectuais. Já li alguns livros dele, uns gostei, outros não. Mas deixando de lado meu gosto pessoal, nenhum professor nunca me explicou por A + B porque Paulo Coelho é considerado uma literatura menor. Gostaria muito de saber.
Em termos de autores brasileiros que escrevem atualmente, fiquei fã de André Vianco e recentemente de Giulia Moon. O problema é que eu tenho a sensação de que escritores de ficção sempre são meio marginalizados pela alta crítica intelectualizada. Principalmente aqueles que não seguem o modelo de vampiro pré-estabelecido há mais de um século por Bram Stoker. (vide os pobres vampiros de S. Meyer... ninguém os leva a sério).
Como julgar se determinado autor ou determinada obra é bom ou não? Como saber se algo que foi lançado ontem tem potencial para entrar no cânone literário? Chico Buarque de Holanda decidiu abandonar a música (o que sinceramente eu acho uma pena) para se dedicar em tempo integral à literatura. Ainda não li nada dele, mas alguns professores já arriscaram dizer que ele tem grande potencial.
Hoje durante uma aula, em que eu estava levemente dispersa devido a motivos que não vou revelar nesse momento, resolvi escrever algumas linhas sobre o que estava sentindo no momento. Vou postar aqui o que escrevi, mas não ainda. Preciso esperar algumas coisas terminarem de se desenrolar, e então postarei meu "poema". Coloco entre aspas porque, sem falsa modéstia, acho muita pretensão da minha parte chamar qualquer coisa que eu escreva de poema.
Tenho duas amigas que escrevem em blogs e tenho que deixar aqui registrado que admiro elas pra caramba!!! Sério mesmo. Uma delas é a Maria Luísa, cujo blog está na minha barra lateral, o FuzzyHandcuffs (acho q é assim que escreve). Admiro a Malu porque ela tem umas sacadas sensacionais, escreve coisas de uma maneira divertida, irônica, sarcástica, que te instiga a continuar lendo. Sinto até uma certa inveja porque não consigo ser assim. Mas não leve pro lado negativo, é aquele tipo de inveja que me incentiva a dar o meu melhor ^^
A outra amiga é a Ana, cujo blog eu tb to seguindo e ta na minha barra lateral, o Dermatilomania (meu... não tinha um nominho melhor não?!). Sério, admiro a Ana pra caramba, porque ela não tem vergonha de escrever o que pensa e o que sente. Também escreve de um jeito engraçado e tem tiradas ótimas. Consegue fazer umas intertextualidas que vc diz "Bah!!!". Sério... sem rasgação de seda ^^
Não sei por que comecei a falar sobre isso. Acho que é porque admiro pessoas que escrevem e escrevem bem. A relação disso tudo com a leitura? Bom, é porque eu tenho a sensação de que nem de perto eu li tudo o que deveria. E eu que sempre achei que era uma leitora voraz, no momento me sinto decepcionada comigo mesma. Tenho uma lista imensa de livros por ler e muitos outros ainda a serem adicionados a essa lista. E isso me angustia de tal forma, porque acima de tudo eu sou uma pessoa curiosa, e se tem algo que me irrita profundamente, é ficar por fora, não conhecer algo que já é de conhecimento comum.
Acho que eu me perdi um pouco no meio do caminho desse post gigante. Mas como eu disse desde a primeira vez que criei esse blog, vou escrever aqui unicamente o que eu tenho vontade, e hoje especificamente, escrevi esse blog meio que como um desabafo e uma auto-avaliação intelectual. (nuss) Acho que posso parar de ficar encanando com o que eu escrevo e me soltar mais, já que praticamente ninguém le isso aqui. Mas por hoje é só.